No ano em a que sua história na cidade completa 35 anos o Legislativo homenageia a baiana do acarajé
Câmara de Curitiba nomeia quadra poliesportiva de Maria do Carmo Vargas e Souza
A Câmara Municipal de Curitiba, Paraná, aprovou no último dia 20 de março, um projeto de lei ordinária que denomina a Quadra Poliesportiva, localizada na Praça General Osório, no Centro da cidade, de Maria do Carmo Vargas e Souza, Baiana do Acarajé. A autoria é do vereador Rodrigo Reis (sem partido) que apresentou a proposição em novembro de 2023.
No artigo segundo do texto consta no logradouro “a descrição sintética da denominação deverá constar das placas de nomenclatura será a seguinte: Maria do Carmo Vargas e Souza, Baiana do Acarajé, feirante, dona de casa e mãe de cinco filhas. E ainda “esta Lei entra em vigor na data de sua publicação”, reza o artigo terceiro.
Sobre Maria do Carmo Vargas e Souza
O ano era 1989, o Brasil voltava a respirar a democracia com as eleições diretas para presidente, um período de transição e, ao mesmo tempo, mudança. E na mesma linha de pensamento, Dona Maria do Carmo Vargas e Souza tomou uma decisão que mudaria a sua vida e a de sua família: se mudou de Salvador para Curitiba para vender acarajé.
O desafio era grande, já que no Paraná não havia o costume da tradicional comida, popular entre os baianos, conhecida em todo o Brasil, mas que para muitos brasileiros das regiões Sul e Sudeste ainda era novidade o bolinho típico da culinária da Bahia.
Mas Maria do Carmo encarou de frente a possibilidade, com a participação na Feira Nacional de Artesanato logo no primeiro ano de sua ida para Curitiba. E, a partir dali a sua história foi de sucesso, com trabalho e dedicação, que contou com a companhia de suas filhas na empreitada, mesmo com alguns preconceitos que teve que enfrentar por ser mulher preta e nordestina.
Em 2020, Maria do Carmo Vargas e Sousa partiu, mas deixou um legado cultural, uma história, o seu talento e sensibilidade com as suas filhas, que hoje continuam a história nas feiras curitibanas do Cristo Rei, do Champaganat, do Batel e da Praça do Osório. A Acarajé de Maria do Carmo ecoa em sinestesia com o sabor inigualável de seu cheiro.
(Clickem, por Luis Antonio Gomes)